Inaugurada Biblioteca da Trafaria

A inauguração ficou marcada por várias iniciativas que encheram a principal praça da localidade de gente e animação. Crianças de várias escolas do concelho marcaram presença  e deram cor a um evento que também pretendeu aproximá-las dos livros. A presença de músicos da Companhia Marimbondo e do contador de histórias Thomas Bakk retiveram a atenção da população no prólogo da abertura da biblioteca. No fim, foi lançada a obra OuTrafaria.

Coube a autarcas e ativistas do movimento associativo intervir para destacar a importância da criação deste espaço. A responsável pelo projeto, Dolores Papa, não conteve a emoção de participar na inauguração de uma biblioteca construída por tantas mãos e destacou a importância da cultura como ferramenta de transformação social. Na sua intervenção, a Presidente da Junta da União de Freguesias, Teresa Coelho, dirigiu-se à população para sublinhar que aquele espaço é de todos e que a Trafaria tem futuro. Também agradeceu o apoio das muitas pessoas e entidades que participaram na construção. O Presidente da Assembleia Municipal de Almada, José Manuel Maia, quis dar relevo à grande participação e envolvimento da população e reforçou a posição da Junta da União de Freguesias sobre a luta pelo regresso das duas freguesias da Caparica e da Trafaria. No fim, o Presidente da Câmara Municipal de Almada não deixou de mostrar a sua satisfação e de afirmar que «isto é 25 de Abril». Esta inauguração, segundo Joaquim Judas, é a demonstração de que é possível construir o futuro pelas próprias mãos.

A Biblioteca da Trafaria para além de contar com um espaço para os livros inclui também uma mediateca e sala multiusos onde para além da leitura de jornais e revistas se pode aceder à internet e trabalhar com computadores devidamente preparados. Nesta sala, uma tela permite a projeção de filmes e documentários e o desenvolvimento de sessões temáticas que envolvam a participação. Um acervo de audiolivros e a classificação  segundo cores, símbolos e imagens pretendem ajudar a que o espaço possa, com o tempo, transformar-se numa zona livre de constrangimentos para deficientes. O objetivo é romper com o formalismo das bibliotecas dominantes e transformar este espaço num modelo adaptável à realidade própria da comunidade. Entre as divisões, há também uma bebeteca preparada para receber crianças com livros e jogos que estimulem o interesse pela literatura e pelo conhecimento.

Outra das novidades é a criação de um espaço para o associativismo de Almada. Para além de uma sala de produção coletiva há também uma sala para reuniões. O objetivo é contribuir para o desenvolvimento e fortalecimento das associações. Nesse sentido, há um bloco de cacifos para que as associações que não tenham sede possam usá-la como ponto de correspondência.  Também terão à sua disposição literatura sobre associativismo que possa ser usada como ferramenta útil na atividade de cada organização.

A construção deste espaço teve várias fases e teve a participação da comunidade. A maior parte do mobiliário foi produzido pelas mãos de centenas de voluntários da população e de outros países que quiseram participar. Durante a construção, para além de oficinas de mobiliário houve também oficinas de costura com a integração de várias costureiras da Trafaria. Às crianças coube-lhes aprender a construir brincando em sucessivas sessões que acabaram por lhes dar a noção que aquele espaço é também seu. Vários estudantes  universitários dedicaram parte da sua atividade à biblioteca.

Um dos objetivos da Biblioteca da Trafaria é também a instalação de um espaço que a ligue ao Mercado. Para além de livros relacionados com gastronomia, considera-se já a possibilidade de haver mesas para a leitura e atividades lúdicas para ocupar as crianças que acompanham os pais nas compras. Dentro do compromisso com a participação e o envolvimento da comunidade, realizou-se um inquérito para aferir as opiniões do público e dos lojistas.
A inauguração da Biblioteca da Trafaria por parte da Junta da União das Freguesias significa não só a entrega à comunidade de um espaço que esteve fechado durante anos mas também a vontade de reforçar a participação e a dinâmica cultural envolvendo toda a população.

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